Diante de uma organização e estruturação social que diferencia e determina diferentes papéis, funções e posições para mulheres e homens, que reafirma o binarismo de gênero negando possibilidades de transgressão, que demarca o sexual como elemento diferenciador dos corpos e que impõe feminilidades estereotipadas reduzindo a possibilidade de construção de feminilidades múltiplas, podemos ouvir, como uma voz que a cada dia ganha mais força no campo da música, uma questão: quantas mulheres, atuantes nas diferentes etapas da cadeia de produção da música, são invisibilizadas ou apagadas cotidianamente por conta dessa estruturação que não as permite acessar espaços (ou acessam de maneira precária) onde homens são hegemonia? Esse artigo propõe discutir as disparidades de gênero que podem ser percebidas no campo da música, assumindo a música enquanto uma prática discursiva que atravessa materialidades e que constrói através de elementos subjetivos formas de resistência que põem em questão práticas opressivas que permeiam o próprio campo musical. #gênero #música #feminismos